- Iara Cortez
- 15 de jul.
- 2 min de leitura

O superendividamento do servidor público acontece quando a soma das dívidas compromete a maior parte da renda mensal, impedindo que a pessoa consiga arcar com despesas básicas como alimentação, moradia, saúde e transporte. Apesar de ter estabilidade de emprego, muitos servidores acabam caindo em armadilhas do crédito fácil, como empréstimos consignados sucessivos, cartões de crédito e refinanciamentos abusivos.
Esse problema tem crescido nos últimos anos, afetando servidores ativos, aposentados e pensionistas de todas as esferas — municipal, estadual e federal.
Por que tantos servidores públicos estão superendividados?
Existem vários fatores que contribuem para o superendividamento do servidor público, entre eles:
Facilidade de acesso ao crédito consignado, com desconto direto em folha;
Ofertas abusivas de bancos e financeiras, especialmente para aposentados;
Descontrole financeiro causado por imprevistos, como doenças na família ou separações;
Ausência de planejamento financeiro de médio e longo prazo.
Além disso, há casos em que servidores comprometem mais de 70% da renda com dívidas, deixando menos de 30% disponível para a vida cotidiana.
Quais são as consequências do superendividamento do servidor público?
O servidor superendividado vive sob forte pressão emocional e psicológica. As principais consequências incluem:
Comprometimento da saúde mental, devido à ansiedade constante com cobranças;
Dificuldade para manter o padrão de vida;
Impossibilidade de acessar novos créditos ou financiamentos;
Risco de inadimplência e negativação do nome;
Desvalorização do poder de compra, mesmo com reajustes salariais.
Essa situação também impacta o desempenho profissional e a vida familiar do servidor.
O que a lei diz sobre o superendividamento?
A Lei do Superendividamento (Lei nº 14.181/2021) também pode ser aplicada a casos de superendividamento do servidor público, desde que ele se enquadre nos critérios da lei:
Pessoa física endividada de boa-fé;
Dívidas de consumo (não garantidas por bens, como imóveis ou veículos);
Comprometimento da renda que inviabiliza o sustento básico.
A lei permite que o servidor proponha um plano de pagamento coletivo, com parcelamento de até 5 anos e garantia de preservação do mínimo existencial. É um recurso importante para quem deseja negociar com todos os credores ao mesmo tempo e reorganizar sua vida financeira.
Como sair do superendividamento sendo servidor público?
Confira algumas orientações práticas para quem busca sair do superendividamento:
Mapeie suas dívidas: saiba exatamente quanto deve e para quem.
Corte gastos não essenciais: ajuste seu padrão de vida temporariamente.
Tente renegociar diretamente com os credores: especialmente bancos.
Busque apoio jurídico especializado, caso deseje acionar a Lei do Superendividamento.
Eduque-se financeiramente: isso ajuda a evitar novas dívidas no futuro.
É possível recomeçar com apoio e planejamento
O superendividamento do servidor público é um problema crescente, mas não sem solução. Com o apoio da legislação atual, negociação adequada e reorganização financeira, é possível retomar o controle da vida financeira sem abrir mão da dignidade.
Se você é servidor e está enfrentando dificuldades com dívidas, procure orientação especializada. Não enfrente isso sozinho, existem caminhos legais e seguros para sair dessa situação.